Continuando nossa saga após o relaxamento das medidas de distanciamento social no Québec, resolvemos visitar o Parc Sutton, localizado a 1 hora de Montreal, pertinho da fronteira com os Estados Unidos. Ele é famoso pela montanha Round Top, um dos pontos mais elevados da província do Québec, com quase 962 metros de altura. Além do parque, a região é uma das mais procuradas para prática de esportes de inverno. Você vai encontrar várias estações de ski, sendo as mais famosas a de Bromont e a do Mont Sutton.


O dia estava lindo, céu aberto, temperatura beirando os 30 graus já pela manhã. Essa temperatura aqui no Québec em junho é coisa do “jamais vu“. Chegamos por volta das 9h30, e o estacionamento já estava bem cheio. Devido à pandemia, os ingressos só estavam sendo vendidos pelo site do parque. Mesmo com o ingresso em mãos, você ainda tem que se apresentar no guichê de entrada para validação. As filas para o guichê e para os banheiros estavam marcadas com pequenos troncos vermelhos no chão para informar a posição onde cada pessoa podia ficar para respeitar os dois metros de distância.
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Iniciando a trilha até o Round Top

Depois de validar os ingressos, iniciamos a trilha até o Round Top, via sentier du Lac Spruce. A trilha tem um total de 7.4 km e é na sua grande maioria circular. Ela começa logo atrás do guichê do parque. Fomos avisados ali no início, que boa parte da trilha seria em sentido único pra limitar o contato entre as pessoas, e que nas partes de duplo sentido, teríamos que tomar as precauções e diretivas descritas no site Rando-Québec, como, por exemplo, dar passagem para quem sobe, usar álcool em gel após usar cordas, manter sempre 2 metros de distância, respeitar a quantidade máxima de pessoas no cume, etc.


Falando da trilha, diferente da trilha Les Loups que fizemos no Parc de la Jacques-Cartier anteriormente (veja o relato aqui), aqui as subidas eram mais marcadas e constantes, o que a gente ama! Força as pernas, faz o coração bater mais forte e a sensação de chegar no ponto mais alto é ainda mais satisfatória. Além disso, a vegetação era mais presente, quase sem espaço pra luz do sol passar. Em dias de calor mais intenso, esse tipo de trilha vira um forninho!




A trilha passa por dois lagos na ida, o Vogel e o Spruce. O primeiro, e o menor dos dois, não tem muito a mostrar. É uma pequena lagoa e é isso. Se você quiser ganhar tempo, vá direto para o segundo, o lago Spruce, que é maior, mais bonito, água limpa e tem um pequeno deck para sentar e descansar se você quiser.
Round Top





Pra ir ao Round Top, tivemos que entrar em uma bifurcação e percorrer mais uns 600 metros de trilha. Nessa parte, as subidas ficam ainda mais íngremes e já na parte final, tivemos que subir uma escadaria e passar entre duas rochas imensas com ajuda de uma corda. Vencidas as cordas, tivemos acesso a uma passarela que levava a um pequeno mirante, alguns metros antes do mirante principal. A vista era incrível!





Continuamos por mais alguns metros de mais subida e finalmente, estávamos no Round Top. A vista era ainda mais incrível se comparada com o mirante anterior. Do Round Top, a gente podia ver a fronteira do Canadá com os Estados Unidos e, se eu não estiver enganado, do Mount Mansfield, a maior montanha do estado de Vermont, e que a gente já se aventurou (veja o relato aqui). A gente se sentou na beirada do mirante, tirou os quitutes, tomamos água e almoçamos.
O único “problema” foi que durante o tempo que a gente ficou no Round Top, uma das pessoas tirou um drone da mochila e o lançou de lá mesmo, quebrando o silêncio. A maioria dos parques do Québec proíbe a utilização de drones, mas pelo visto, não o Parc Sutton. Acredito que a trilha não é local de barulho, caixinha de som, ou qualquer coisa que corte o som da natureza ou o silêncio que hoje em dia é tão raro.
Descida e quilômetros finais

Depois de vários minutos no Round Top, a gente decidiu descer. Nos deparamos com duas trilhas logo na saída do Round Top. Pegamos a trilha da esquerda e depois de percorrer uns 500 metros, em um mirante lindo, vimos que ela levava a uma trilha ainda maior. Só deu tempo de tirar algumas fotos e voltar para pegar o caminho correto até o estacionamento.


Falando da descida, ela foi bem tranquila. Passamos pelo mesmo caminho que chegamos até encontrar a bifurcação de sentido único que levava até o guichê do parque. O barato da descida foram cachoeiras que se formavam mais para o final da trilha. Adoro o barulho da água! Bom, seguimos por quilômetros de descida interminável e finalmente estávamos no local onde começamos.
Pensávamos que já tínhamos visitado todas as boas trilhas perto de Montreal, mas estávamos enganados. O Parc Sutton foi uma bela surpresa, com uma trilha que exigiu bastante e com tudo que uma boa trilha deve ter, muita natureza e belas vistas!
Mais informações:
Sites úteis:
Como chegar: Carro. Seguem as coordenadas do estacionamento: 45.097444, -72.548347.
Custo: cerca de 6 CAD por pessoa (estacionamento gratuito).
Horário de funcionamento: consulte o site do parque para saber os horários de funcionamento para cada estação/período do ano, principalmente agora durante a pandemia.
Dificuldade: moderada.
O que levar: tênis/botas e roupas apropriados para hiking e para a época do ano correta. Bastões de trekking são recomendados. Leve um lanchinho (pão, bolo, barra de cereal, banana, etc.) e pelo menos 1 litro de água. Protetor solar, repelente e óculos escuros também são importantes.